Lurdes Breda
Lurdes Breda frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas – Variante Estudos Portugueses, da Universidade Aberta e foi premiada em vários certames literários nacionais e internacionais. É autora de dezoito obras e coautora de outras dez, editadas em Portugal, no Brasil e em Moçambique. É conhecida, sobretudo, como escritora de livros para crianças e jovens. O seu livro “O Alfabeto Trapalhão” é um dos livros aconselhados pela "Casa da Leitura" da Fundação Calouste Gulbenkian e foi um dos livros selecionados pela Direção Geral do Livro e das Bibliotecas para estar no Pavilhão de Portugal, país convidado em 2012, na Feira do Livro Infantil de Bolonha, em Itália. Esteve presente na “I Mostra de Literatura Infanto-Juvenil de Maputo”, em Moçambique. É membro da Confraria Cultural Brasil-Portugal, sócia do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora, do Grupo Poético de Aveiro e da Amigos do Concelho de Avis - Associação Cultural. Coorganiza, com a Biblioteca Municipal Afonso Duarte de Montemor-o-Velho, a rubrica “Conversas com sabor a canela”. Participa em atividades que visam a integração da pessoa com deficiência na sociedade e a promoção do livro e da leitura, em escolas e bibliotecas de todo o país. Colabora em revistas e em jornais de âmbito nacional e regional.
1) Quem é a Lurdes Breda ?
Uma apaixonada pela Literatura, cultura e artes em geral.
2) Qual o género preferido (e porquê)?
Adapto-me bem e gosto de todos os géneros, pois essa heterogeneidade acaba por reforçar as minhas competências e literariedade.
3) O que tem a dizer sobre o acordo ortográfico?
É normal a evolução da Língua Portuguesa. Tem acontecido ao longo de séculos, por isso, não escrevemos de forma arcaica como na Idade Média. No entanto, é preciso equilíbrio e bom senso na mudança.
4) Considero eu que “escrever” é “comunicar”, tentar que se compreenda uma mensagem. Não se deverá por isso usar a mais simples das linguagens (exemplo António Aleixo)? Ou a qualidade do escritor avalia-se pela dificuldade da sua escrita?
A qualidade de um escritor não se avalia pela maneira mais ou menos elaborada como escreve. Depende mais do caráter literário, da linguagem com que comunica e da coerência do texto. Quanto a mim, a aceitação dos leitores está sujeita a estes fatores.
5) De há muito que a “rima” deixou de ser obrigatória na poesia, e na verdade há prosa verdadeiramente poética. Mas o que é poesia, onde a encontramos nos poemas sem rima?
A poesia é sempre subjetiva. E se há aspetos e regras formais no que concerne à escrita da poesia, é, sobretudo, a leitura e o entendimento poético de cada pessoa que lhe confere esse “estatuto”.
6) Como define o atual momento da literatura portuguesa? E da adesão do leitor?
Considero que se continua a fazer um importante trabalho em torno do livro e da leitura, não só ao nível das bibliotecas escolares e públicas, mas também pelas diversas iniciativas que vão acontecendo um pouco por todo o país. Apesar de haver ainda muito para se fazer, considero que existem importantes comunidades de leitores.
7) Só é escritor quem publica livros?
A nível formal, eu diria que sim. Apesar de tudo, pode ser só uma questão de oportunidade a edição e sei que há gente a escrever muito bem, mesmo sem nunca ter publicado nada.
8) Que projeto sugere para Montargil, no campo da Literatura?
Não conheço profundamente a realidade cultural de Montargil. Considero, no entanto, de que tudo quanto fizerem nessa área será sempre bastante pertinente.
9) Quais as Obras já publicadas?
Já publiquei quase duas dezenas de livros, entre ficção, poesia e infanto-juvenil.
10) E a terminar, uma mensagem…
Espero que se continue sempre a valorizar a cultura, seja em que área for, pois é nela que reside a nossa identidade e valor enquanto povo português.