Isabel
1) Quem é a Isabel?
Nasci em Abrantes e grande parte da minha vida foi vivida no concelho de Ponte de Sôr, mais concretamente em Montargil.
Tendo em conta a vida profissional do meu pai - que, com alguma frequência, mudava de residência - estudei em várias escolas do Alto Alentejo (escolas primárias de Montargil, Ponte de Sôr e Gavião; Telescola de Montargil e Escola Secundária de Ponte de Sôr). Concluí o 12.º ano no antigo Liceu de Évora (Baixo Alentejo), actualmente denominado Escola Secundária André de Gouveia. Na altura, com 17 anos, foi uma opção de carácter pessoal, pois considerava que o facto de continuar os meus estudos secundários numa cidade maior me traria enormes contributos para o meu futuro pessoal e profissional.
Sou licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de estudos Portugueses e Franceses, e em Curso de Professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico, variante de Português, História e Ciências Sociais, respectivamente pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e Escola Superior de Educação de Almeida Garrett (ESEAG).
Iniciei a minha actividade laboral na redacção de um jornal local, em Lisboa, mas o meu percurso profissional estendeu-se à área da educação, que continuo a desenvolver como professora e formadora.
Como autora, em Janeiro de 2014, editei o meu primeiro livro, “Mais que Palavras” (Poesia), pela editora Incógnita – Projectos Editoriais, e tenho vindo a participar em algumas colectâneas – “Aqui Há Poetas – Poesia Sem Gavetas”, Parte III (Poesia), editada em Março de 2014, e “conta essa história outra vez... – 100 Histórias de Encantar”, com o conto infantil “A Menina do Arco-Íris”, com lançamento previsto para o dia 4 de Maio de 2014, ambos pela editora Pastelaria Estudios Editora. Possuo também em vista uma outra participação colectiva numa antologia que envolve histórias sobre um animal de estimação, “o fiel amigo”, pela mesma editora.
Encontro-me, neste momento, a trabalhar em dois outros projectos, um conto de amor e outro tendo por base memórias de infância, ambos ainda sem título e inseridos igualmente em trabalhos colectivos, a concurso pela editora Incógnita – Projectos Editoriais.
2) Qual a tua relação com a literatura, quando e como se deu esse “encontro”?
A resposta a esta questão surgiu-me, um dia, quando me perguntaram o que era para mim a Poesia.
A Poesia representa o início de tudo na minha vida. Representa o amor às letras, o amor à leitura e à escrita. Um simples prazer, embora profundo e verdadeiro que se iniciou precisamente através da leitura, quando criança.
Ao longo do tempo, realizei um extenso percurso de mãos dadas com a poesia e, através da mesma, dei início ao meu grande sonho: transformar sentimentos e emoções, pensamentos ou simples reflexões em palavras e ideias inteligíveis.
Vivi a minha primeira infância imbuída em poesia, com uma forte influência de ambas as minhas avós. Uma, que adorava cantar, foi com quem aprendi qual o sentido da música e dos primeiros versos. Outra, que adorava recitar versos que conhecia de cor ou resultantes de pequenos trechos por ela conhecidos – as “quadras”, ou “cantigas”, como lhes chamava – que, na maioria das vezes, eram por si mesma espontaneamente criados.
Mas foi na escola, numa aula de Português, que, de facto, despertei para o sentido poético. O professor pediu à turma que escrevesse um texto... eu escrevi um poema. Intitulava-se “A Criança”. Foi o melhor classificado da turma, o que me valeu na altura uma publicação no jornal da região, o jornal “Ecos do Sôr”. A “mola” que me transportou ao universo da poesia.
De igual modo, a minha vida profissional em muito contribuíu para que eu pudesse desenvolver uma relação muito estreita com a literatura, nomeadamente, a poesia. Sendo esta um dos conteúdos integrantes do currículo nacional do ensino básico em Portugal, a leccionação da poesia despertou mais fortemente em mim o gosto e o prazer de ler e escrever poesia.
A minha relação com a literatura encontra-se, assim, estreitamente ligada à Poesia, uma ligação que se estende aos vários géneros literários, mas também à minha profissão como agente de educação. E, no final de contas, tudo isto traduz a minha forma de estar, viver e sentir.
3) Qual o género preferido (e porquê)?
Não tenho preferência em especial por este ou aquele género literário. Gosto de escrever e, para mim, é quanto me basta. Desde o início de um projecto até à sua concretização final, tudo passa por uma questão de tempo, predisposição, criatividade, ideias e opções.
Mas, quanto à leitura, a minha preferência vai para o romance (prosa de ficção). Gosto de ler romance porque este tipo de leitura, para além de ser muito agradável, consegue transportar-nos a outros mundos, mundos que apesar de não serem os nossos , de não nos pertencerem e de nem sequer existirem pois só existem na imaginação e criatividade do escritor, somos capazes de os sentir como nossos e que fazem parte de nós mesmos.
4) Considero eu que “escrever” é “comunicar”, tentar que se compreenda uma mensagem. Não se deverá por isso usar a mais simples das linguagens (exemplo António Aleixo)? Ou a qualidade do escritor avalia-se pela dificuldade da sua escrita?
Sim, de facto concordo que “escrever” seja “comunicar” e “tentar que se compreenda uma mensagem”. No entanto, a questão do uso simples da linguagem já nos conduz por um outro caminho, acerca do qual a seu tempo tentarei dar uma explicação lógica e plausível.
Na generalidade, tento escrever ou comunicar de forma simples e directa, utilizando termos não pouco comuns e palavras cujo significado todos possam, desde logo, reconhecer e compreender. No entanto, há momentos em que as palavras não são facilmente traduzíveis. Daqui poderá nascer essa “dificuldade”, a quase incapacidade de compreender determinadas mensagens escritas. E aquilo que facilmente poderia ser compreendido torna-se menos inteligível ou compreensível aos olhos de quem lê.
Acredito que o objectivo de todo e qualquer escritor seja o de ser compreendido em tudo o que escreve; seja levar uma mensagem que possa ser perceptível, reconhecida, compreendida ou entendida por todos aqueles que o lêem. Contudo, de facto, quando se trata da escrita nem sempre um autor é capaz de escrever de forma a que todos entendam a sua mensagem, ou que o sentido da mesma possa ser entendido por todos da mesma maneira – como sabemos, a linguagem, escrita ou falada, contém sempre uma forte característica polissémica, isto é, poderão haver muitos e diversos significados para cada uma das palavras que escrevemos ou dizemos, e cada pessoa poderá interpretá-las consoante o conhecimento que possui do tema, na altura a ser tratado, ou de acordo com as próprias vivências ou percursos de vida dessas pessoas. Dado que nem toda a gente possui o mesmo grau cultural, de entendimento e discernimento, um texto escrito poderá ser entendido sob formas muito diferenciadas.
No entanto, não, não acho que a qualidade de um escritor seja (ou deva ser) avaliada pela dificuldade da sua escrita porque quer ela seja fácil ou difícil, o importante é que uma mensagem, seja qual for, possa chegar aos meios que se pretendem e que sejam cumpridos os seus objectivos.
A função primordial da escrita é a função cognitiva, ou seja, a mesma destina-se à aprendizagem. E uma coisa é certa: se de um texto escrito não for possível retirar conhecimento e aprendizagem, então quem o lê e não o entende jamais poderá aprender algo de novo e é como se nesse preciso momento a literatura perdesse, assim, a sua função, valor e objectivo.
Tudo se deve, portanto, à existência de vários tipos de leitores. Uns, pelas suas características próprias, pela sua maior exigência literária, evolução cultural ou intelectual, que poderá ser superior, adequam-se melhor às linguagens mais complexas. Outros, por sua vez, não tão exigentes no que respeita à sua própria evolução cultural ou intelectual, adequam-se às linguagens menos complexas e, desta modo, mais simples. O que não significa, porém, que uns e outros não possam usufruir de ambos os tipos de linguagem/estilo. Tudo dependerá do gosto, preferência e estética de cada um no que respeita à literatura.
5) O que tens a dizer sobre o acordo ortográfico?
Pessoalmente, sobre o acordo ortográfico não tenho uma opinião nada positiva, sequer favorável.
Uma língua, seja qual for, não nasceu “porque sim” nem de um momento para o outro, e as normas que a regem foram construídas sobre uma base lógica e estruturada, ao longo do tempo e evolutivamente. Porém, e independentemente do tempo que possa ter durado essa evolução, jamais se desviaria dessa base lógica e estruturada, desvio que sucedeu em Portugal, com o surgimento do novo acordo ortográfico. O novo acordo ortográfico não só obrigou a que o Português sofresse muitos e variados desvios, incomuns na sua base estrutural, mas também instituíu regras sem fundamento e sem lógica, inconcebivelmente impostas e aceites apenas por meros caprichos políticos.
Pelas razões apresentadas, recuso-me peremptoriamente a escrever sob as normas do novo acordo ortográfico.
6) Que temas preferes para a tua escrita?
Para mim, todos os temas poderão constituir mote para a minha escrita, à excepção daqueles que suscitem o “horror”.
Dada a minha especial e muito pessoal filosofia de vida, muito centrada em tudo o que possa gerar satisfação pessoal, bem-estar, concretização de ideias e projectos, jamais porei sequer a hipótese de vir a escrever de acordo com o tema.
Não considero que “coisas horríveis, sustos terríveis ou vampirescos” contribuam em alguma medida para o bem-estar de quem lê, nomeadamente quando se trata de crianças e jovens. Está muito em voga este tema, mesmo dentro da referida faixa etária, o que desaprovo por completo. Considero que temas como este jamais deveriam ser dirigidos à camada mais jovem porque penso que os mesmos dificilmente poderão contribuir com algo positivo para o crescimento dos jovens, suas aprendizagens de vida, desenvolvimento e maturidade, faixa esta que - não podemos esquecer - será a nossa sociedade do futuro. Temas que envolvam, pois, o “horror”, por certo e em pouco tempo destruirão muitos dos valores familiares e sociais que desde cedo lhes possam ter sido ensinados ou incutidos.
7) De há muito que a “rima” deixou de ser obrigatória na poesia, e na verdade há prosa verdadeiramente poética. Mas o que é poesia, onde a encontramos nos poemas sem rima?
A poesia consiste num género literário que se caracteriza pela composição em verso, estruturada de forma harmoniosa. É uma forma de arte, uma manifestação de beleza e estética em forma de palavras.
Na sua verdadeira essência, a poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e que desperta sentimentos. Ela inspira e encanta mentes e corações.
Existem determinados elementos formais que caracterizam um texto poético, como é o caso dos versos, estrofes e ritmo – não esquecer que a poesia está intimamente ligada à música. São estes elementos que definem a métrica de um poema, isto é, a utilização de recursos literários específicos que distinguem o estilo de um poeta.
Poetas antigos, mas tão bem conhecidos de nós, tais como Luís de Camões, Sá de Miranda ou William Shakespeare, ficaram famosos não só pelos temas que inundaram as suas obras literárias, mas, e sobretudo, pela forma como construíram a sua obra poética, seguindo e cumprindo normas rígidas e regras bem delineadas.
Hoje em dia, porém, existe uma maior liberdade no que respeita às tais ditas "normas", à construção formal do género poético. Hoje escreve-se muito em verso livre, e não se seguem regras de métrica, muito embora ainda exista quem continue a construir a sua poesia mediante as antigas e rígidas normas estruturais poéticas de antanho. Existe uma total liberdade de definição do ritmo e criam-se normas próprias, que muito dependem de autor para autor. E é desta forma que chegamos à actualmente denominada “poesia moderna”.
Quanto à prosa poética, a mesma é também denominada “poesia em prosa”. Trata-se, igualmente, de poesia e a sua função poética continua a ser a de exprimir emoções e sentimentos, mesmo que a sua estrutura não seja formada de rima, mas se apresente em prosa.
8) Como defines o actual momento da literatura portuguesa? E da adesão do leitor?
Apesar da crise económica, que tem vindo a provocar uma redução cada vez maior no poder de compra do povo português em geral, no respeitante à literatura noto que o público leitor fiel aos livros e ao gosto pela sua leitura, diária ou não, vai fazendo as suas aquisições literárias.
Desde o jornal diário à revista semanal ou mensal mais proeminente, de acordo com o gosto pessoal de cada um, passando pela compra de livros propriamente ditos, a literatura continua a ser um motivo de forte adesão do público leitor. Há sempre quem não seja capaz de simplesmente passar à porta da sua livraria preferida sem entrar, ou de nela entrar e apenas percorrer com os olhos as novidades e observar o que de melhor poderia adquirir. Pelo prazer de uma leitura agradável e um momento único de descontracção, há sempre quem acabe por comprar um ou outro livro do seu agrado. Há sempre quem esteja atento às promoções lançadas pelas várias editoras nacionais e adquira, a um valor mais baixo, livros que de outra forma não poderia comprar. Também existem as páginas de vendas de livros online, onde se vende e compra com descontos consideravelmente apelativos e que despertam por completo leitores compulsivos. Por fim, existem os pais de crianças ainda em idade pré-escolar, esmerados e preocupados com a educação dos seus filhos, que adquirem constantemente livros adequados à idade dos mesmos e que os ajudarão não sómente a educá-los, mas a que possam melhor crescer, aprender e compreender o mundo em que nasceram e irão viver e desenvolver-se. Penso que livros de carácter infanto-juvenil, quer de autores nacionais quer internacionais, poderão estar no topo da preferência dos consumidores de literatura.
Quem tem um prazer especial pela leitura, há-de sempre fazer um esforço, mesmo que sobrenatural, a fim de poder adquirir os seus livros. A compra ou aquisição de livros passa também por ser uma forma de estar na vida e de status social. E nem mesmo o surgimento da era digital poderá substituir o livro em papel – acredito veementemente nisto -, porque o prazer de tocar um livro e folhear as suas páginas é único!
O mesmo penso que poderá estar a suceder relativamente à aquisição de livros nacionais, pois que uma enorme vaga de novos autores tem surgido e, pelo que noto, alcançado enorme sucesso com as vendas dos seus livros. Portanto, creio firmemente que a literatura portuguesa poderá estar em franca expansão e a adesão do público leitor a tornar-se cada vez mais intensa. Até porque os clássicos portugueses como Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga e tantos outros continuarão a ganhar os seus adeptos. E também não é à toa que se ouça por aí falar no crescendo da impressão gráfica-livreira de autores nacionais, sem “mãos a medir” para os trabalhos a crescer e a realizar.
9) Só é escritor quem publica livros?
Não penso que assim seja e que o facto deva ser colocado, assim, desta forma. Há muita gente que escreve, fluída e abundantemente, com qualidade, mas que não publica nem é considerado escritor. Em contrapartida, muitos há que pessoalmente se consideram escritores, apesar da fraca qualidade daquilo que escrevem. Portanto, existem os pretensos escritores que o não são verdadeiramente e os que, embora não sendo, possuem tudo o que é necessário para serem considerados como tal e são, de facto, merecedores disso.
10) Que projeto sugeres para Montargil, no campo da Literatura?
No campo da literatura, Montargil poderia, em primeiro lugar, dispôr de pessoas empenhadas em fazer passar a ideia da importância que reside na literatura, que a mesma é sempre uma mais valia; que o domínio, a aprendizagem e a prática da área das letras - através da palavra escrita - é sobremodo importante para qualquer sociedade. Pela posse e domínio do saber e do conhecimento é que uma sociedade poderá prevalecer sobre si mesma e o mais que vier, e jamais permitir que sejam destruídas as suas raízes. O saber e o conhecimento são a própria vida. Sem eles nada faz sentido e o mundo deixa de "pular e avançar", jazendo na obscuridade.
Penso que seria importante educar mais a população, nomeadamente a população jovem, para toda esta temática. Mas, de que forma poderia isto ser feito? Primeiramente, através do ensinamento e formação, que poderia passar por acções de formação, workshops ou oficinas de leitura e escrita criativa, ou sobre a própria língua materna, creditadas ou não, e realizadas por pessoal especializado (professores, formadores, pedagogos, investigadores, escritores...).
Ensuma, Montargil necessita de um projecto eficaz e completo de educação sobre Literatura, projecto esse que deveria envolver não somente as áreas já descritas (leitura, escrita e língua materna), mas também todas as áreas do saber. O saber permite que todas elas se interliguem, conduzindo a um só objectivo: o sucesso cultural e o do conhecimento para uma melhor vivência de todos em sociedade - e todas, sem excepção, permitem a criação de um círculo, não vicioso mas completo, integrador e gerador de aprendizagem, cultura e conhecimento.
11) Que obra/s já tens editada/s, fala-nos um pouco sobre as mesmas…
Acabo de editar o meu primeiro livro, intitulado “Mais que Palavras”, um livro de poesia.
Por um lado, “Mais que Palavras” é o resultado de um conjunto de poesias e escritos vários, destacando-se entre estes alguns em prosa poética, que fui acumulando ao longo do tempo. Por outro, é o fruto do meu empenho, dedicação e, sobretudo, simples mas intenso prazer que sempre me proporcionou o acto da escrita. Um prazer que pude ver, por fim, ganhar sentido.
Muito recentemente, participei numa antologia poética, “Aqui Há Poetas – Poesia Sem Gavetas”, Parte III, bem como numa antologia de contos infantis, “conta essa história outra vez... – 100 Histórias de Encantar”, com o conto “A Menina do Arco-Íris”.
Em fase de progressão, tenho em mãos dois outros contos, também participações colectivas em antologias: trata-se de um conto cujo tema é o amor, o outro tem por base histórias e memórias de infância, dois trabalhos para os quais ainda não existe um título mas que estão a progredir de modo muito favorável.
Possuo também em vista outra participação colectiva numa antologia que envolve histórias sobre um animal de estimação, “o fiel amigo”.
12) E a terminar, uma mensagem…
«Ser escritor é ser alguém privilegiado, detentor de um presente divino doado a muitos, mas não a todos, e, para alguns, de forma muito especial, mais abrangente, mais criativa, mais útil, mais sensível (...)» (Ivone Carvalho)
Se gosta de escrever, escreva. Sempre. Sem desistir. Nunca desista. Mesmo que todos à sua volta afirmem que nunca irá conseguir. Jamais devemos deixar para trás aquilo que é o nosso maior prazer e o nosso maior sonho. Nunca deveremos abandonar os nossos sonhos. Mesmo que lhe pareça que as suas palavras escritas dificilmente encontrarão o seu correcto lugar, não deixe de todos os dias ir ao seu encontro. Tal como uma casa necessita de limpeza constante, assim as palavras que escrevemos. Ao longo do tempo, vamos compreendendo que elas necessitam de uma limpeza aqui, outra acolá... E, deste modo, vamos sentindo que todas as palavras que escrevemos, acarinhamos e limpamos encontram por fim o seu brilho e o lugar que lhes é devido. Aprende-se a escrever, escrevendo. Nunca se esqueça!